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Mário Laginha vence Grande Prémio SPA-Millennium bcp

Novo gesto de reconhecimento para uma carreira impar

O pianista e compositor foi o vencedor da primeira edição do Grande Prémio SPA-Millennium bcp. O galardão foi criado para distinguir autores que representem a qualidade e a capacidade de inovar, contribuindo para o enriquecimento do nosso património cultural e artístico e para o prestígio internacional de Portugal.

O ano de 2006 é muito especial para Mário Laginha. Depois de um longo período em que desenvolveu parcerias, que estão longe de estar esgotadas, com personalidades fortes da criação e interpretação musical como são Maria João, Bernardo Sassetti e Pedro Burmester, o pianista deu a conhecer, em Abril último, o seu primeiro álbum a solo: “Canções e Fugas”.

Com o novo trabalho, Mário Laginha concretiza, finalmente, um projecto em que vinha pensando há vários anos, mas que foi sucessivamente adiado por falta de tempo. O novo CD, gravado nos Açores, é composto por seis fugas, alternadas com igual número de temas de estrutura livre e espaço de improvisação.

"Canções e Fugas" é, tanto do ponto de vista da composição (foi editado um livro com as partituras dos 12 temas do CD) como da interpretação, um exercício musical de grande complexidade. Mário Laginha conseguiu integrar harmoniosamente linguagens e códigos de um universo explorado, entre outros gigantes, por Bach, e do vigoroso e mais livre mundo do jazz. A atribuição, este ano, do Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores e do banco Millennium bcp é, também por isso, uma feliz coincidência.

O galardão distingue, anualmente, “um autor cujo percurso se tenha imposto, ao longo dos anos, pela sua vitalidade, regularidade e indiscutível qualidade, continuando a revelar a pujança dos seus créditos”. Premissas que assentam bem em Mário Laginha.

A cerimónia oficial de entrega do prestigiado prémio terá lugar durante a Gala Anual da SPA, a realizar no Teatro Nacional de São Carlos, no próximo dia 14 de Julho.

Sobre Mário Laginha

A sua “casa” é o jazz, mas recusa encerrar-se lá dentro. Na sua música pode encontrar-se um pouco de quase tudo, porque Mário Laginha não fecha as portas a quase nada. Antes pelo contrário, o pianista e compositor procura, em vários lugares, a matéria com que constrói o seu próprio universo musical.

A sua carreira de intérprete tem sido percorrida ao lado de outros músicos, de forma constante e intensa e com raras excepções. A mais oficial destas últimas passa pelo seu primeiro disco a solo, Canções e Fugas, editado em Abril de 2006.

Ali, dando provas do seu virtuosismo, Laginha usa com rigor a técnica clássica para compor seis fugas, cada uma antecedida por uma canção na mesma tonalidade, seguindo o esquema dos prelúdios e fugas de Bach. Sem revivalismos, as suas composições têm uma sonoridade contemporânea, muito inspirada, apesar de notoriamente complexa.

Para Mário Laginha, fazer música é também um acto de partilha. E tem-no feito com personalidades musicais fortes: Maria João, Bernardo Sassetti e Pedro Burmester. Nos três duos é evidente a sua criatividade, uma grande solidez rítmica, uma enorme riqueza harmónica e melódica.

Criou também o Trio de Mário Laginha, com o contrabaixista Bernardo Moreira e o baterista Alexandre Frazão. Esta é, talvez, a formação que está mais próxima do Jazz, ainda que não com um estilo convencional.

Mário Laginha participou, em 12 anos de carreira, nos mais importantes festivais de Jazz do mundo, nomeadamente o Festival de Jazz de Montreux, Festival do Mar do Norte, Festival de Jazz de San Sebastian ou o Festival de Jazz de Montreal.

Tem também emprestado o seu talento e inspiração a músicos tão excepcionais quanto Wayne Shorter, Wolfgang Muthspiel, Trilok Gurtu, Gilberto Gil, Lenine, Armando Marçal, Ralph Towner, Manu Katché, Dino Saluzzi, Kai Eckhardt, Julian Argüelles, Steve Argüelles, Howard Johnson ou Django Bates.

Com enorme versatilidade e domínio da composição, escreveu para formações como a Big Band da Rádio de Hamburgo, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Orquestra Filarmónica de Hannover, o Remix Ensemble, o Drumming Grupo de Percussão e a Orquestra Nacional do Porto.

Também compõe para cinema e teatro.

Universal Music Portugal, 28/06/2006